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[POLITICA] Da indignação à luta

Da indignação à luta

O autoritarismo atingiu o limite do insuportável. O último grito de dor fora silenciado, mas não tardará que o próximo traga em si a força dos demais.

As imposições do ditador Eduardo Campos acabam de prejudicar a vida dos milhares de olindenses que utilizam o transporte público coletivo. O recém-inaugurado Terminal Integrado do Xambá, surgiu literalmente como uma pedra em meio ao caminho. Essa é uma marca já reconhecida por todos do modelo gerencial de governo vigente, que exclui a participação da população nas decisões de obras e serviços prestados pelo Estado. Entretanto, o povo já sabia, antes mesmo da implantação, do 'Campo de concentração' a que viria se tornar num inferno do dia-a-dia dos trabalhadores e estudantes de Olinda.

"Ao povo é dado o direito de ficar calado, e o dever de deixar entrar minhas imposições de goela à baixo", assim deve pensar o prefeito de Olinda, Renildo Calheiros, e não muito distante se faz pensar igualmente o governador. Não à toa, as mudanças 'pra melhor' em Olinda, como a Avenida Presidente Kennedy, e recentemente o T.I. Xambá, tornaram-se símbolos dos dois governos: gastos com dinheiro público para enriquecimento de empresários, propiciar o aumento de acidentes e mortes na Avenida, e o confinamento indigno e humilhante em terminal e ônibus (latas de sardinha ambulantes) de milhares de vítimas do assalto das passagens. Por essas e outras, as melhorias propagadas caem em descrédito frente ao povo, pois sabe-se bem quem são os únicos beneficiados dessas medidas.

Mas, diante de tanta insatisfação, o que fazermos? De longe a pergunta será respondida cabalmente, contudo nos fará pensar os caminhos pelos quais expressaremos a indignação que nos arde o peito. É sabido de todos o velho e sempre atual provérbio popular "O POVO UNIDO, JAMAIS SERÁ VENCIDO!". E, reconhecer a força das massas unidas a perseguir um objetivo a todos comum é de grande importância; ainda mais nesse Estado intolerante que planta nos corações inquietantes o medo, reprimindo com crueldade militarizada tal como as ditaduras vergonhosas já existentes. Assim, surgiu o medo de protestar, da violência física e verbal a que são submetidos os inconformados, através do órgão de repressão estatal (Polícia) ou por intermédio da mídia que caricaturiza quem protesta como delinquente marginal, vândalo, arruaceiro, vagabundo, e tantos outros adjetivos que tentam invalidar a conduta da pessoa que se rebela contra a opressão.

Vivemos em tempos difíceis, isso é fato; mas, nesses momentos em que as coisas vão mal, não podemos nos furtar de defender os nossos ideais. Inconformados por todo o país saíram às ruas nos últimos meses, resistiram com bravura às repressões e tornaram o que antes era considerado impossível por alguns governantes, em realidade. A luta continua, até que se façam as reformas necessárias em nosso cenário político, e reflitam em verdadeiras melhorias às vidas dos brasileiros. Aprendemos pois que, o grito de dor contido não abala as estruturas dos desmandos do poder; somente exprime a dor quem a sente.

O movimento comunitário O Grito inquieta-se junto ao povo de Passarinho, expressando a rejeição à arbitrariedade do governo Campos. Formado por jovens estudantes e trabalhadores, também sente na pele os impactos de tais medidas, e por isso, solidariza-se aos moradores de Passarinho e bairros vizinhos. Tendo a certeza de que existem braços, pernas, mentes e corações, dispostos a disputar a luta pelo poder popular, O Grito conclama a todo o povo UNI-VOS, MORADORES DE PASSARINHO!


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